Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma das sociedades mais antigas do planeta, com cerca de 1,21 bilhão de habitantes, mais de 200 etnias, seis religiões e 23 línguas oficiais é tema de uma exposição no Rio. Índia! é o maior evento realizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) este ano e ocupa 18 salas, com 380 peças divididas em quatro módulos: homem, deuses, formação da Índia Moderna e Arte Contemporânea, com obras que vão de 200 antes de Cristo aos dias de hoje.
Até 29 de janeiro, o público carioca poderá conhecer um pouco da história e da arte contemporânea de um país emergente economicamente, em acelerado processo de industrialização, mas cujas tradições e religião têm papel fundamental na cultura de mais de 4 mil anos. O curador da exposição, Peter Tjabbes, disse que pretende mostrar a diversidade da Índia para além dos estereótipos.
“A ideia da exposição é partir do contemporâneo e fazer uma relação com a tradição e a religião, com suas várias formas de expressão, que se mantêm hoje e permeiam o dia a dia do indiano em todos os aspectos”, assinalou Tjabbes.
A presença da cor no artesanato e nas vestimentas como forma de expressão do indiano impressiona pela exuberância de combinações e luminosidade. Uma característica da cultura que já inspirou e fascinou artistas consagrados do Ocidente, como o fotógrafo francês Cartier-Bresson, que chegou a viver no país.
“O que vemos na Índia é muito diferente do que estamos acostumados a ver no Ocidente. A parte popular da exposição é de uma riqueza de cores, de uma intensidade que fala muito do que é esse povo, tão singular”.
O curador chamou a atenção para o esmero com que os artesões fazem seus trabalhos ainda hoje. “Para muitos desses artesãos o mais importante é fazer um trabalho o mais bonito possível para os deuses e o tempo que isso pode levar não importa. Isso tem a ver com a religião, a ideia da reencarnação e da perpetuidade.”
Do Rio de Janeiro, a exposição segue para São Paulo e estará aberta ao público do dia 11 de fevereiro ao dia 6 de maio de 2012. No dia 28 de maio, a exposição vai para o CCBB de Brasília, onde ficará até 28 de julho.
Edição: João Carlos Rodrigues