Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Duas semanas depois da entrada em vigor da polêmica lei do Alabama sobre imigração, milhares de hispânicos deixaram a região e grupos de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos intensificam as ações judiciais contra outra legislação similar, na Carolina do Sul. A ação contra as novas leis é liderada pela União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu, na sigla em inglês), em conjunto com entidades de defesa dos direitos civis.
Desde o ano passado, a Aclu já moveu ações contra as leis de imigração do Arizona,de Utah, Indiana, da Geórgia e do Alabama.Em meio ao rigor e ao número crescente de leis estaduais de imigração, o governo do presidente Barack Obama é pressionado por grupos de direitos civis a intervir e estudar ações contra as legislações de Utah, da Geórgia, de Indiana e da Carolina do Sul. Segundo a Aclu, o governo federal tem adotado um papel mais ativo.
"Nos últimos anos, houve grande aumento no número de leis estaduais contra os imigrantes", disse o advogado Omar Jadwat, membro do projeto de Direitos dos Imigrantes da Aclu. "Antes, havia poucas iniciativas isoladas. Mas, agora, parece haver um esforço conjunto."
Com exceção do Alabama, em todos os outros casos os processos conseguiram impedir momentaneamente que alguns pontos polêmicos entrassem em vigor. A pioneira entre as rígidas leis estaduais de imigração foi a SB 1.070, aprovada no ano passado pelo Arizona em meio a protestos em todo o país, sob a acusação de ser discriminatória e afetar especialmente a população hispânica.
Depois de muita polêmica, a lei acabou sendo implementada sem suas partes mais controversas, que foram bloqueadas por uma juíza federal, mas inspirou legislações semelhantes em diversos outros estados.
No caso da Carolina do Sul, a lei SB 20, com entrada em vigor prevista para 1º de janeiro de 2012, dá à polícia o direito de exigir documentação que comprove a situação legal de cidadãos que forem parados em ações de rotina no trânsito e torna crime estadual alugar imóveis ou dar carona a imigrantes em situação irregular.
*Com informações da BBC Brasil//Edição: Graça Adjuto