Ipea mostra que famílias vão evitar empréstimos e quitar as dívidas

10/10/2011 - 19h57

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A grande maioria das famílias brasileiras não pretende tomar empréstimos ou fazer financiamentos ainda que estejam otimistas em relação à situação econômica do país, de acordo com pesquisa divulgada hoje (10) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O índice chega a 92,5% das famílias entrevistadas em 214 municípios. Essa foi a 14ª edição do índice de expectativa das famílias, pesquisa feita pelo Ipea mensalmente.

Cerca de 20% das famílias acreditam estar pouco endividadas e 52,4% dizem não ter dívidas. No mês de setembro, as famílias brasileiras consideraram-se mais aptas para quitar as dívidas no mês seguinte, sendo que 15,2% delas vão fazer o pagamento integral e 54,9%, parcial. Com isso, a alta desse quesito, na comparação com agosto, chega perto de 10 pontos percentuais. O aumento teve a influência preponderante das respostas das famílias da Região Sul. Em agosto, 61,% dos gaúchos declaravam querer pagar as dívidas, total ou parcialmente, e, no mês passado, o índice passou para 91%.

Com relação às expectativas do mercado de trabalho, o cenário permanece positivo, com expectativa otimista pela manutenção da ocupação por parte do responsável pelo domicílio e dos outros membros que trabalham. A exceção, nesse quesito, é a Região Nordeste, que apresenta baixas taxas de confiança, tanto para o responsável quanto para os demais membros da família. O sentimento de segurança na ocupação atinge cerca de 80% dos chefes de família. Apesar disso, mais da metade da população brasileira (57,5%) não esperam melhorias profissionais pelos próximos seis meses.

O otimismo das famílias com relação à economia, segundo o Ipea, continuou alto em setembro, tendo atingido 63,1%, apesar de ter apresentado queda em relação a agosto, quando o índice ficou em 65,2%. Segundo o assessor da presidência do Ipea, Lucas Ferraz de Vasconcelos, o otimismo manifestado pelas famílias brasileiras em relação à economia e à situação delas próprias no contexto socioeconômico do país “é um dado importante, pois tal comportamento influencia o consumo: se essa confiança se deteriora reduz o consumo e afeta a economia”.


Edição: Lana Cristina