Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Pressionado pela comunidade internacional a negociar com os manifestantes e a oposição, o governo sírio, do presidente Bashar Al Assad, ameaça tomar medidas contrárias aos governos que reconhecerem o Conselho Nacional Sírio (CNS). O órgão reúne a maioria dos movimentos de oposição ao regime de Assad.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Walid Mouallem, anunciou a decisão, mas não antecipou que medidas poderão ser tomadas contra aqueles que reconhecerem a legitimidade da oposição no país. "Adotaremos medidas importantes contra qualquer país que reconheça esse conselho ilegítimo", disse.
O Conselho Nacional Sírio foi criado recentemente em Istambul, na Turquia. O órgão reúne pela primeira vez todas as tendências políticas, incluindo os comitês locais de coordenação que organizam as manifestações, os liberais, a organização Irmandade Muçulmana – que é impedida de atuar na Síria, como era no Egito durante a gestão do ex-presidente Hosni Mubarak.
Desde o começo deste ano, Assad é alvo de protestos constantes. Os manifestantes reivindicam liberdade política, preservação dos direitos humanos e condições de liberdade de imprensa e expressão. As reivindicações são contidas com agressividade, o que gera contestações na comunidade internacional, inclusive no Brasil.
Ontem (8), a polícia britânica prendeu sete manifestantes que invadiram a Embaixada da Síria em Londres. Três dos detidos subiram no teto do prédio e hastearam a bandeira curda. O protesto ocorreu no mesmo dia do funeral de um líder oposicionista curdo, Meshaal Tamo, no Norte do país. Ativistas sírios acusam as forças de segurança de matar o líder.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa, e da BBC Brasil.//Edição: Graça Adjuto