Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os servidores dos Correios, em greve desde o dia 14 de setembro, estão concentrados em frente ao prédio do Tribunal Superior do Trabalho (TST), aguardando os resultados da audiência de conciliação, pedida pela direção da empresa. Caravanas de dez estados chegaram a Brasília hoje (4) para reforçar o movimento. A direção do Sindicato dos Trabalhadores da ECT e Similares (Sintect) calcula que participem do ato 1.500 servidores. Eles querem que os ministros do TST se sensibilizem com suas reivindicações, no Dia Nacional de Luta organizado pela entidade.
Caso a categoria não aceite o resultado da audiência de conciliação, o processo irá para um relator para julgamento do dissídio coletivo, pela Seção Especializada do tribunal. A direção dos Correios pretende descontar os dias não trabalhados na proporção de um dia de greve por mês, mas os grevistas querem compensar os dias parados com horas extras e mutirões para colocar o serviço em dia. A empresa propôs aumento linear de R$ 80 a todos os empregados, reajuste salarial e dos benefícios em 6,87% e abono imediato de R$ 500.
A reivindicação dos trabalhadores é por um aumento linear de R$ 200, além de reposição da inflação de 7,16% e aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. Outra reivindicação da categoria é a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público.
Os grevistas se concentraram pela manhã em frente ao edifício-sede dos Correios, no Setor Bancário Norte, de onde começaram a marcha, que pretendia passar pelo Palácio do Planalto e, depois, seguir para o Ministério das Comunicações. O atraso na chegada de vários ônibus a Brasília e o trânsito congestionado pela presença de manifestantes de outras duas categorias, na Esplanada dos Ministérios, forçaram a caminhada direta ao TST, no fim da manhã.
O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, que engloba o Distrito Federal e o Tocantins, proibiu, no último dia 30, o desconto dos dias parados do salário dos trabalhadores. O tribunal avaliou que os Correios suspenderam o pagamento sem negociação prévia e sem levar em conta que o salário tem natureza alimentar.
Edição: Lana Cristina