Renata Giraldi
Enviada Especial da EBC
Bruxelas (Bélgica) – A presidenta Dilma Rousseff afastou hoje (4) a hipótese de adotadar medidas para controlar o fluxo de capitais. Segundo ela, quaisquer medidas que tentem conter as transações financeiras podem ser inúteis, porque há algumas operações que são "incontroláveis", como as que envolvem alguns tipos de derivativos. Para a presidenta, as operações do mercado financeiro devem ser apenas supervisionadas.
“Não acho que [medidas de controle] resolvem o problema do fluxo de capitais", disse a presidenta, na Bélgica, minutos antes de embarcar para a Bulgária.
Dilma disse ainda que, ao sugerir que o Brasil pode ajudar os europeus na superação da crise econômica, não quis apresentar uma solução pronta, mas apenas indicar a disposição dos brasileiros de prestar solidariedade em um momento de grave crise econômica internacional. De acordo com ela, é preciso ter cuidado para não parecer que certas posições sejam interpretadas como “soberba”.
“A única coisa que não pode ter nas relações internacionais é uma certa soberba que, aliás, [os europeus] já tiveram com a gente”, disse ela, lembrando que o Brasil e os países da América Latina em geral têm longa experiência com crises bancárias e financeiras e medidas de ajuste fiscal. Segundo ela, o assunto será tema da reunião do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), em Cannes, na França, nos dias 3 e 4 de novembro.
Da Bélgica, Dilma seguiu para a Bulgária. Ela deve chegar na noite de hoje à capital Sofia. Será a primeira visita da presidenta ao país onde nasceu o pai dela, Pedro Rousssef. O momento mais esperado da viagem será a visita, amanhã (5) de manhã, à cidade natal de Pedro Rousseff, Gabrovo.
A visita de Dilma à Bulgária está sendo tratada como um evento único e histórico pelos moradores de Gabrovo. Há encontros marcados com parentes da presidenta, homenagens, exposições de arte e um almoço com comidas típicas. Também estão agendados compromissos políticos, pois o governo brasileiro quer ampliar as relações econômcias e comerciais com a Bulgária.
Edição: Vinicius Doria