Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) do setor público consolidado – governo federal, estados, municípios e empresas estatais – chegou a R$ 4,561 bilhões em agosto, informou hoje (30) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2010, esse resultado ficou em R$ 5,193 bilhões.
Mas a economia não foi suficiente para cobrir os gastos com juros, que chegaram a R$ 21,663 bilhões, ante R$ 15,893 bilhões registrados em igual período do ano passado. Com isso, o déficit nominal, que são receitas menos despesas, incluídos os gastos com juros, ficou em R$ 17,101 bilhões, contra R$ 10,699 bilhões de agosto de 2010.
Em agosto, o Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência) registrou superávit primário de R$ 2,031 bilhões, enquanto os governos estaduais contribuíram com R$ 2,697 bilhões. No mês passado, os governos municipais não contribuíram com o esforço fiscal. As empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 166 milhões.
Nos oito meses do ano, o superávit primário do setor público consolidado chegou a R$ 96,540 bilhões, contra R$ 48,781 bilhões de janeiro a agosto de 2010. O governo elevou em R$ 10 bilhões a meta de superávit primário do setor público, para R$ 127,9 bilhões, este ano. O esforço adicional deverá ser feito pelo Governo Central, que, nos oito meses do ano, registrou superávit primário de R$ 68,338 bilhões.
Os governos estaduais tiveram superávit primário de R$ 24,408 bilhões e os municipais contribuíram com R$ 2,049 bilhões. As empresas estatais registraram R$ 1,744 bilhão.
De janeiro a agosto, os gastos com juros chegaram a R$ 160,207 bilhões, ante R$ 125,045 bilhões de igual período do ano passado. De acordo com o relatório do BC, o aumento dos juros este ano em relação a 2010 foi influenciado, “principalmente, pelo patamar mais elevado da taxa Selic acumulada no ano e pela maior variação do IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo], indicadores que incidem sobre parcela significativa dos títulos federais”.
No acumulado do ano, o déficit nominal ficou em R$ 63,667 bilhões, ante R$ 76,263 bilhões.
Em 12 meses encerrados em agosto, o superávit primário chegou a R$ 149,455 bilhões, o que corresponde a 3,78% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). Os gastos com juros chegaram a R$ 230,531 bilhões ou 5,83% do PIB. Nesse mesmo período, o déficit nominal ficou em R$ 81,076 bilhões, que correspondem a 2,05% do PIB.
Edição: Juliana Andrade