Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) do Ministério da Fazenda, Otacílio Cartaxo, disse hoje (30), em Curitiba, que a arrecadação tributária no país é eficiente graças aos controles e sistemas criados pela Receita Federal. No entanto, na opinião dele, o gasto público não segue a mesma linha. “A qualidade do gasto no Brasil é muito ruim, é medíocre, porque grande parte dos recursos é mal alocada, desperdiçada e outra parte é desviada”.
Cartaxo fez conferência no último dia do Congresso Nacional de Executivos de Finanças (Conef) e falou sobre o tema Inclusão Fiscal e Cidadania: Reflexo sobre a Vida das Pessoas. Para Cartaxo, essa situação não é recente. “Quando eu era delegado da Receita Federal, no Rio Grande do Norte, em 1986, me pediram para coibir o mau gasto público. Naquela época, apenas um terço do dinheiro era bem aplicado, um terço era desperdiçado e outro era desviado”.
O presidente do Carf disse ainda que não adianta o esforço de melhorar os instrumentos de arrecadação se, na ponta, os recursos não forem direcionados ao destino certo. “Pode-se elevar a carga tributária à exaustão, mas se o gasto não for bem alocado, controlado e gerenciado com competência, não há como estancarmos essa roda da arrecadação e dos gastos crescentes”.
Organizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Paraná (Ibef-PR), o congresso reuniu em Curitiba , nos últimos três dias, empresários, economistas e autoridades públicas do setor econômico. A abertura oficial do evento foi feita pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.
Edição: Aécio Amado