Governo do Níger informa que não extraditará filho de Khadafi como pediu a Interpol

30/09/2011 - 8h14

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo do Níger informou que não atenderá ao pedido da Interpol, a polícia criminal internacional, de extraditar Saadi Khadafi, filho do presidente líbio, Muammar Khadafi. O primeiro-ministro do Níger, Brigi Rafini, disse que as autoridades do país não consideram a recomendação da polícia internacional.

“Saadi Khadafi está em segurança em Niamey e nas mãos do Estado do Níger”, disse Rafini. “[A extradição está] fora de questão”, acrescentou. Para o primeiro-ministro do Níger, Saadi deve ser submetido a um processo justo de defesa.

“Temos de ter a certeza que terá direito a uma defesa equitativa e a um tratamento justo”, ressaltou.
“Será que essas condições estão garantidas hoje?”, perguntou ele.

Ontem (29) a Interpol, organização internacional de polícia criminal, expediu alerta a 188 países para que colaborem com a prisão de Saadi. O comunicado foi enviado também para o Conselho Nacional de Transição líbio, comandado pela oposição a Khadafi, e que domina a maior parte das cidades líbias.

A Interpol informou que a ordem de prisão de Saadi se baseia em acusações de roubo e intimidação. Segundo investigações, Saadi roubou propriedades e está envolvido em ações de intimidação armada quando dirigia a Federação de Futebol líbia. Ele era o comandante das forças especiais do país.

Há ainda investigações em curso sobre denúncias de que Saadi foi responsável por ordens de repressão e violência contra manifestantes na Líbia. Segundo a Interpol, em casos assim o processo está submetido à Organização das Nações Unidas (ONU).

No comunicado, a Interpol informa que Saadi, de 38 anos, foi visto pela última vez no Níger, país vizinho à Líbia. Parte da família de Khadafi – a mulher e três filhos – pediu abrigo ao país. O governo do Níger aceitou o pedido alegando razões humanitárias - na ocasião, a filha de Khadafi estava prestes a dar à luz.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.//Edição: Graça Adjuto