Parlamento da Alemanha vota hoje ampliação do fundo de resgate europeu

29/09/2011 - 7h56

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, enfrenta hoje (29) um dos seus maiores desafios políticos. O Parlamento alemão vota a concessão de mais poderes para o fundo de auxílio destinado aos países da zona do euro – o chamado Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. O assunto divide a opinião dos parlamentares, pois entre eles há os que temem que a medida venha a prejudicar a sociedade alemã.

Apesar das divisões entre os parlamentares, os especialistas apostam na aprovação. A ampliação do fundo de resgate é considerada uma medida necessária para auxiliar os países endividados do bloco europeu, como a Grécia, e impedir que os gregos e outras nações que enfrentem pesadas dívidas decretem moratória. A votação é considerada ainda um teste de popularidade da coalizão de centro-direita comandada pela chanceler alemã.

Mesmo se a proposta for aprovada, Angela Merkel pode sair enfraquecida da votação, ao se mostrar incapaz de manter unida a coalizão de governo em um momento considerado crítico para a zona do euro.

A ampliação do fundo, acordada em junho deste ano, foi aprovada ontem (28) pelo Parlamento da Finlândia - onde a medida vinha enfrentando resistência - e já foi ratificada por um total de dez entre os 17 parlamentos dos países que integram a zona do euro.

Com os novos poderes, o fundo passaria a contar com maior capacidade de financiamento para auxiliar economias em crise na região. As mudanças deverão dar mais possibilidade de auxílio aos países que enfrentam dificuldades para saldar suas dívidas. A ideia é ampliar o valor dos pacotes de ajuda às economias endividadas, cujo teto passaria dos atuais 440 bilhões de euros para valores até 2 trilhões de euros (respectivamente R$ 1,1 trilhão e R$ 4,9 trilhões).

O fundo ampliado permitirá ainda a compra de títulos de governo, a injeção de capital em bancos e a concessão de empréstimos a um país antes do agravamento da crise. Anteriormente, o fundo só podia socorrer economias que já se encontravam em crise.


*Com informações da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade