Com crise global, BC prevê atividade econômica mais moderada e menos riscos de inflação no Brasil

29/09/2011 - 10h37

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A crise econômica externa contribuirá para intensificar e acelerar o processo de moderação da atividade econômica do Brasil, segundo análise do Banco Central (BC) apresentada no Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente. Com o menor crescimento econômico, o BC considera que o “balanço de riscos” para a inflação é “mais favorável”.

De acordo com o relatório, a crise externa pode levar à redução das exportações e importações, à moderação do fluxo de investimentos, a condições de crédito mais restritivas e à piora nas expectativas de consumidores e empresários.

O BC destacou ainda que medidas de restrição ao crédito adotadas no final do ano passado e as elevações da taxa básica de juros, a Selic, até julho deste ano, também contribuem para a moderação da atividade econômica. Em agosto deste ano, por causa dos efeitos da crise externa, o Banco Central decidiu reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa Selic, para 12% ao ano.

Apesar disso, a autoridade monetária observa que a atividade econômica no Brasil “continuará sendo favorecida pela demanda interna” por produtos e serviços. O consumo é estimulado pelo “vigor do mercado de trabalho e pela expansão do crédito, a despeito de alguma moderação na margem”.

No relatório, o BC também destaca que “o ambiente econômico internacional mais restritivo tende a permanecer por um período mais prolongado do que se antecipava”, estimulando a queda da inflação no Brasil e no mundo.

A previsão do BC é que, neste trimestre, encerra-se o ciclo de elevação da inflação acumulada em 12 meses. “A partir do quarto trimestre, o cenário central indica tendência declinante para a inflação acumulada em 12 meses, que passa a se deslocar na direção da trajetória de metas”.

No relatório divulgado hoje, o BC reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano de 4% para 3,5%. Para a inflação, de acordo com o cenário de referência, houve aumento da estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, de 5,8% para 6,4%. A projeção para 2012 passou de 4,8%, no relatório anterior, para 4,7%.

A meta de inflação para 2011 e 2012 tem centro de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite superior é 6,5% e o inferior, 2,5%.O BC só prevê inflação no centro da meta no segundo trimestre de 2013, permanecendo assim no terceiro trimestre.


Edição: Juliana Andrade