Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A greve dos operários das obras de reforma do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, foi considerada abusiva pela Justiça do Trabalho. De acordo com a desembargadora Maria de Lourdes Sallaberry, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerou que os trabalhadores descumpriram acordo fechado no TRT, no último dia 22, com o Consórcio Rio 2014 para retornar as atividades.
“Ela [a greve] foi feita no meio da vigência de um acordo. O sindicato, em menos de um mês, fez um acordo na Justiça do Trabalho e decidiu deflagrar essa greve sem ao menos constatar os termos das cláusulas acordadas aqui no tribunal”, disse.
O Consórcio Rio 2014, composto pelas empresas Odebrecht, Delta e Andrade Gutierrez, convocou os operários para retornarem ao trabalho na segunda-feira (19). “O consórcio espera agora que haja o retorno e a normalização da obra”, disse o representante do consórcio, Almir Ferreira Gomes.
Pela lei, o consórcio pode dispensar os funcionários que não retornarem no prazo estabelecido. “O consórcio não trata da hipótese de não retorno. Nós propomos o acordo coletivo, a respeito da greve, para que os empregados retornem. Não para que nenhum empregado seja demitido”, completou.
O presidente do Sitraicp, Nilson Duarte da Costa, disse que os trabalhadores vão fazer um assembleia na segunda-feira para decidir o futuro do movimento. “Nós temos um estatuto, e ele reza o seguinte: a assembleia é soberana. Todas as decisões são estatutárias. E eu, como presidente da entidade, estou colocando a decisão para os trabalhadores. Eles optarão se continuam ou não com o movimento".
Os 2.300 operários das obras do Maracanã estão em greve há 16 dias. Eles reivindicam melhorias nas condições de trabalho, aumento no valor da cesta básica, de R$ 110 para R$ 160, inclusão de plano de saúde nos benefícios e abono dos dias parados.
Edição: Aécio Amado