Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A apresentação de um trecho de Fantasia sobre Tema de Bach, do maestro brasileiro Heitor Villa-Lobos, executada pelo violoncelista britânico radicado no Brasil David Chew, marcou a assinatura do acordo entre a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (Fosb) e o Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SindMusi). Pelo acordo, os músicos demitidos serão reintegrados ao quadro da fundação e vão receber os salários e direitos de imagem relativos ao período de afastamento.
O acordo, assinado nesta quinta-feira (15) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), pôs fim a uma polêmica que vinha se arrastando desde fevereiro, após a recusa de parte dos músicos de se submeter a avaliações individuais. A crise culminou na demissão de 32 integrantes da orquestra. Para a presidenta do sindicato, Deborah Cheyn, o momento é de “rever e renovar conceitos, olhando o acordo como uma oportunidade para transformar a gestão da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira”.
Para o presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa, Robson Leite, o acordo foi uma vitória do sindicato dos músicos e um sinal do fortalecimento do diálogo como solução para o impasse. “Havia um problema grave na fundação, originado pela falta de compreensão e diálogo, o que foi nitidamente corrigido com a mudança de direção e com a chegada dos diretores artísticos Pablo Castelar e Fernando Bicudo”.
Na ocasião, Fernando Bicudo informou que, além da readmissão dos 32 músicos afastados pela direção, a OSB está trazendo de volta mais 12 músicos brasileiros que atuam no exterior. “O objetivo é desenvolver uma política de valorização do músico brasileiro e, daqui pra frente, tentar garimpar todo músico brasileiro que se encontra perdido pelo país tocando em orquestras de menor expressão”.
Edição: Vinicius Doria