Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O secretário nacional da Defesa Civil, Humberto Viana, que acompanhou nas últimas horas os danos causados pela chuva em Santa Catarina, reconheceu que o estado tem sido atingido com frequência, mas destacou o que chama de cultura de prevenção que, segundo ele, vem evoluindo e evitando muitas mortes.
O secretário estadual da Defesa Civil, Geraldo Althoff, disse à Agência Brasil que é impossível um plano de ação que evite totalmente que rios transbordem ou que ocorram deslizamentos de terra. “Sempre vamos depender da quantidade de chuva e isso é imprevisível”, ressaltou. Segundo ele, nos últimos 40 dias tem chovido constantemente na região do Vale do Itajaí, chegando a 500 milímetros (mm). É impossível, acrescentou, que o solo absorva tamanha quantidade de água.
Um termo de cooperação técnica foi firmado em 2010 entre o governo de Santa Catarina e o banco de cooperação japonês Jica (Japan International Cooperation Agency) para estudar os efeitos, tomar providências e planejar a prevenção nas áreas atingidas por desastres como os que atingiram o estado em 2008. No dia 22 de novembro de 2008, 135 pessoas morreram soterradas devidos à chuva frequente que durou cerca de três meses e que atingiu mais de 2 milhões de catarinenses.
Na época, especialistas apontaram como principal causa do desastre a solifluxão, quando parte do solo se desmancha. Relatórios da Defesa Civil do estado mostram que geólogos identificaram mais de 4 mil pontos de deslizamento nas áreas atingidas. Entre os dias 22 e 23 de novembro, os níveis de precipitação pluviométrica alcançaram números recordes. Em Blumenau, durante cinco dias, choveu mais de 600 mm, quando a média mensal vai de 110 mm a 150 mm.
O plano de ação para o Vale do Itajaí ficou pronto agora e um estudo de viabilidade deverá ser entregue nos próximos dias ao governador Raimundo Colombo. É um trabalho de ações de prevenção para os próximos dez anos e vai exigir investimentos da ordem de R$ 200 milhões. O plano inicial do Banco Jica, financiador da obra, previa ações a serem desenvolvidas em um prazo de 50 anos e estava orçado em R$ 2 bilhões. O governador autorizou inicialmente o estudo de viabilidade para dez anos. “Mesmo assim, a situação estará resolvida apenas em parte”, observou o secretário.
Edição: Graça Adjuto