Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O salário mínimo de R$ 619,21 proposto pelo governo no Orçamento Geral da União de 2012 respeita o acordo feito entre as centrais sindicais e o governo da presidenta Dilma Rousseff, na avaliação de sindicalistas. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, a fórmula de valorização do salário mínimo é uma conquista dos trabalhadores.
“Sabemos que, no governo [do ex-presidente] Lula, construímos a proposta de valorização do salário mínimo [inflação do último ano mais a variação do Produto Interno Bruto - PIB]. Ela é que vai garantir que se tenha, ao longo do tempo, um aumento real, de forma que se possa chegar ao proposto pelo [Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos] Dieese ”, disse Arthur Henrique.
O valor ideal para atender às necessidades básicas do cidadão, calculado pelo Dieese, com base no que a Constituição Federal determina, é R$ 2.500. Esse montante deveria cobrir despesas como aluguel, alimentação, lazer, entre outras.
Arthur Henrique ressaltou que o valor definido no projeto de lei orçamentária ainda é uma proposta, pois os números da inflação não estão fechados. “Esse valor proposto é uma referência, porque o Orçamento é com base em perspectiva. Temos que esperar até dezembro para saber qual o valor da inflação e somar o valor do crescimento do PIB, que é 7,5%, e calcular o valor do mínimo”, explicou.
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o valor do salário mínimo contido no Orçamento respeita o acordo feito com as centrais. O próximo passo é discutir o aumento para os aposentados que ganham acima do salário mínimo. “As outras centrais sindicais e os sindicatos de aposentados vão buscar com o governo uma negociação para que haja uma recuperação das perdas daqueles que ganham acima do mínimo”, disse. Contudo, ainda não há uma proposta fechada sobre qual deveria ser o aumento do salário para os aposentados.
Ele disse ainda que o aumento do mínimo vai ajudar nas negociações coletivas de categorias que têm sua data-base neste segundo semestre. O percentual de aumento do mínimo vai servir como base para que essas categorias também possam ter um aumento real do piso salarial, ou seja, correção além do índice inflacionário.
Edição: Lana Cristina