Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A redução na velocidade do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre está em linha com a estratégia do governo de desaquecer a economia, avalia o professor da Universidade de Brasília (UnB) Newton Ferreira Marques.
No segundo trimestre, na comparação com o primeiro, o PIB (soma de todas as riquezas produzidas no país) cresceu 0,8%, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal (feito para que os números possam ser comparados) . No primeiro trimestre, houve expansão de 1,2% ante os três últimos meses de dezembro de 2010.
“Isso mostra uma desaceleração. Se a gente pudesse projetar em quatro trimestres, de forma linear, daria 3,2% no ano. Como é taxa sobre taxa, vai dar mais de 4%,5%. Então, está mais ou menos batendo [com as expectativas]”, disse o professor do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB.
Ele lembrou que as projeções se tornam difíceis porque em cada trimestre as situações são peculiares. O último, por exemplo, tradicionalmente apresenta um certo aquecimento da economia, inclusive pelo aumento do consumo, como as compras de final de ano.
“Mas o que se esperava era um baixo crescimento mesmo. Está havendo uma desaceleração. Está em linha com o que o governo está se propondo. Tanto é que o Banco Central, com as informações que tem, mostrou que a economia não está superaquecida como estava há pouco tempo”. Esta semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano.
Os números do PIB foram divulgados hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre de 2010, o PIB cresceu 3,1% e, em 12 meses, 4,7%.
Edição: Juliana Andrade // Matéria alterada para esclarecer informação
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