Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os aumentos de juros promovidos pelo Banco Central (BC), desde o início do ano, foram os principais responsáveis pelo desaquecimento da economia no segundo trimestre, avalia a Força Sindical. Em nota, a entidade disse que o país cresce menos que o necessário e alegou que o índice de 0,8% de crescimento do período pode ter reflexos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2012.
Segundo a Força Sindical, o crescimento de 0,8%, registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de abril a junho, distancia o Brasil dos demais países emergentes. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a expansão foi 3,1% e só não foi menor do que o desempenho da África do Sul, cuja economia cresceu 1,3% no mesmo período.
“Vale destacar que o desaquecimento da economia mundial, somado à nefasta condução dos cavaleiros do apocalipse do Banco Central, que agem como estimuladores à especulação, verdadeiros inimigos do setor produtivo, são os principais culpados por esse resultado no PIB, que poderia ser maior, se as taxas de juros estivessem menores”, destacou o comunicado assinado pelo presidente da Força, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho.
Apesar de o BC ter reduzido, nessa semana, a taxa Selic (juros básicos da economia), a entidade considera que os juros inibiram a produção industrial, que cresceu apenas 0,2% no segundo trimestre. A política monetária, avalia o comunicado, tornou-se uma entrave para o setor produtivo e a queda da Selic, informou a Força Sindical, veio tarde.
“A manutenção da taxa básica de juros impediu uma expansão maior da economia. Somente em 2011, os tecnocratas do Banco Central subiram cinco vezes a Selic. A primeira queda demorou e só irá refletir no desenvolvimento, em alguns meses. Isso é mais uma clara demonstração de subserviência das autoridades monetárias ao sistema financeiro especulativo”, criticou a entidade, na nota.
Para a Força Sindical, o país precisa investir no desenvolvimento, no fomento da produção, na geração de emprego e na distribuição de renda para crescer em ritmo maior.
Edição: Lana Cristina