Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As estatais Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) e Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) arremataram a maioria dos lotes de linhas de transmissão e de subestações de energia ofertados hoje (2) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No leilão, que ocorreu na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), foram licitadas 14 linhas de transmissão, com extensão total de 2 mil quilômetros (km) e 12 subestações. O leilão terminou com deságio médio de 22,74%. Os empreendimentos devem gerar cerca de 11,6 mil empregos diretos.
O maior empreendimento, cuja receita anual permitida foi limitada em R$ 121,1 milhões, teve apenas um interessado: o consórcio Boa Vista, formado pela Eletronorte (49%) e Alupar Investimentos (51%). Nesta oferta não houve deságio. O consórcio vencedor terá prazo de 36 meses para concluir duas linhas de transmissões e duas subestações, interligando os estados do Amazonas e de Roraima. Os investimentos vão ajudar a reduzir a necessidade de importação de energia elétrica da Venezuela.
A falta de concorrência se deveu, segundo o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner, às dificuldades de execução das obras, já que as linhas de transmissão atravessam áreas indígenas e provocam impactos ambientais. “Isso nos leva a refletir se, em lotes com essas características, seria melhor realizar o leilão apenas após encerrado o processo de licenciamento ambiental”, ponderou ele.
Na avaliação do executivo, no entanto, o leilão foi um sucesso, mesmo com deságio abaixo da média histórica, de 25%. Esta diferença, de acordo com ele, se deve, unicamente, ao resultado do leilão do primeiro lote, onde não houve deságio. Rübner observou que os leilões buscam, no médio e longo prazos, baratear a tarifa de energia elétrica.
A Eletronorte venceu mais dois lotes, para construir subestações nos municípios de Belém e Tucuruí, no Pará.
Já a Chesf ficou com três lotes e ainda vai participar do segundo maior maior empreendimento leioloado, por meio de participação no consórcio Garanhuns, que tem a Companhia de Transmissão de Energia (Cteep) como controladora, com 51% de participação. O consórcio foi o vencedor do lote L, que prevê cinco projetos de extensão de linhas de transmissão e de instalação de duas subestações na Paraíba e em Pernambuco.
Edição: Vinicius Doria