Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afastou hoje (26) a hipótese de o Brasil suspender unilateralmente as sanções impostas à Líbia pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ele disse que qualquer modificação e decisão referente ao tratamento dado à Líbia por parte do governo brasileiro está ligada às iniciativas que o Conselho de Segurança da ONU tomar.
"O Brasil não costuma se posicionar unilateralmente sobre sanções", disse o ministro durante encontro com o chanceler da Geórgia, Grigol Vashadce, no Itamaraty. "É uma matéria para deliberação do Conselho de Segurança. O conselho impôs por unanimidade as sanções há alguns meses, qualquer determinação de modificação, suspensão e interrupção terá que ser tomada pelo conselho".
O chanceler da Geórgia acrescentou que a Líbia está próxima de consolidar o regime democrático e recomendou que os aliados do líder líbio Muammar Khadafi busquem a negociação com a oposição. "O povo líbio está próximo de restabelecer a democracia, seria útil e inteligente da parte [dos aliados de Khadafi] buscar a negociação", disse.
Em fevereiro, o Conselho de Segurança impôs sanções econômicas, financeiras e comerciais à Líbia. As restrições determinam a suspensão de negociações e acordos com líbios e autoridades ligadas ao governo do presidente Muammar Khadafi. Também ordenam o congelamento de bens de Khadafi e seus colaboradores em bancos estrangeiros.
Em junho, o Diário Oficial da União publicou decreto estabelecendo as sanções. Pela decisão, o governo brasileiro determina o embargo de armas à Líbia, suspendendo as vendas, transferências e compras de armamentos e materiais bélicos. O embargo inclui também proibição à comercialização de munições, veículos militares e fornecimento de assistência técnica, financeira e treinamento para atividades militares líbias.
Edição: Graça Adjuto