Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) manteve hoje (25) a decisão de multar em R$ 3,5 mil os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que comandavam o jato Legacy que se chocou com um avião da Gol, em 2006, matando 154 pessoas. Também foi mantida a multa de R$ 7 mil imposta à empresa ExcelAire, dona do jatinho executivo fabricado pela Embraer.
As multas foram mantidas após julgamento em segunda instância do processo administrativo que corre na agência reguladora contra os envolvidos no acidente.
A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 ficou frustrada com a decisão e acena com a possibilidade de entrar com novos recursos. A associação queria a cassação do brevê (licença para pilotar aviões) dos dois pilotos e esperava que eles fossem proibidos de voar no Brasil. "Para economizar combustível, voaram em uma área para a qual não tinham autorização. Imagine se resolvem fazer isso de novo?", indagou a diretora da entidade Rosane Gutajhr, que perdeu o marido no acidente. A Anac informou que não é competente para regular o uso do espaço aéreo brasileiro, uma atribuição da Aeronáutica.
A agência informou que vai enviar à Administração Federal de Aeroportos do Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), órgão que regulamenta a aviação naquele país, o processo envolvendo os pilotos e a empresa norte-americana no Brasil. De acordo com Rosane Gutajhr, as famílias das vítimas vão manter a pressão para que os pilotos sejam punidos também nos Estados Unidos. "Por muito menos, a FAA cassou brevê de pilotos. O Brasil já os condenou. Queremos que o mesmo seja feito lá", disse ela.
O acidente ocorreu em setembro de 2006, quando o Boeing da companhia aérea brasileira Gol, que ia de Manaus para Brasília e Rio de Janeiro, se chocou com o jato Legacy sobre uma área de floresta densa na Região Norte. Todos os 154 passageiros e tripulantes do Boeing morreram. O jato executivo da ExcelAire, com pequenas avarias, conseguiu fazer um pouso de emergência na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará.
Edição: Vinicius Doria