Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O comando-geral da Polícia Militar reforçou hoje (22) a segurança na área que cerca a Embaixada da Líbia em Brasília. Com a possibilidade de a oposição assumir o poder no país a qualquer momento e de o líder líbio, Muammar Khadafi, ser deposto, os policiais militares decidiram redobrar a vigilância no local para evitar tumultos. As informações são da assessoria de imprensa da PM do Distrito Federal.
A segurança dos prédios e residências de representações estrangeiras em Brasília é feita pelo 5º Batalhão Rio Branco da Polícia Militar.
Na sexta-feira (19), uma manifestação na Embaixada da Líba em Brasília acabou em confusão, obrigando que policiais militares e diplomatas brasileiros interviessem. O tumulto só terminou depois de duas horas de negociações, após uma reunião entre dois diplomatas brasileiros da Coordenação-Geral de Privilégios e Humanidades do Ministério das Relações Exteriores e funcionários da representação.
A confusão começou durante o Eid Al Fitr – refeição noturna após um dia de jejum em decorrência do mês do Ramadã – quando funcionários da embaixada simpatizantes da oposição a Khadafi e um grupo de fiéis ao líder iniciaram uma discussão sobre política. Ao mesmo tempo, cerca de 30 manifestantes protestaram contra Khadafi e chegaram a ocupar a representação diplomática.
O protesto se intensificou quando os manifestantes trocaram a tradicional bandeira verde, que é a oficial da Líbia, por uma usada pelo Conselho Nacional de Transição – comandado pela oposição.
O filho do embaixador da Líbia no Brasil, Mutas Zubeide, e dois seguranças armados reagiram aos manifestantes.
A crise na Líbia se estende há cerca de cinco meses. Manifestantes contrários a Khadafi pressionam para ele abrir mão do poder, depois de 42 anos no governo. Nesta manhã a oposição conseguiu entrar em Trípoli e cercar o quartel-general de Khadafi. Segundo os oposicionistas, três filhos do líder foram capturados.
Edição: Talita Cavalcante