Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Rede Social do Centro realizou hoje (20) mais um Mutirão da Cidadania, na Praça Princesa Isabel, região central da capital paulista, oferecendo vários serviços, principalmente para moradores de rua.
Mesmo com chuva, centenas de pessoas que vivem nas ruas ou albergues do centro da capital foram até as tendas montadas na praça para solicitar documentos, passar por avaliação médica ou cortar o cabelo. Cerca de 500 pessoas ligadas ao governo do estado, ao Ministério Público Federal, a organizações da sociedade civil e empresas, além de voluntários, são responsáveis pelos atendimentos.
De acordo com o coordenador geral do mutirão, o pastor Daniel Checchio, da Comunidade Evangélica do Bixiga, os serviços são importantes, pois ajudam os atendidos a recuperar sua dignidade. “O morador de rua se vê com outros olhos depois que corta o cabelo ou consegue um documento”, disse Checchio, ressaltando que isso ajuda na recuperação da autoestima.
O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, que também trabalhou no mutirão, disse que os serviços prestados ali facilitam o acesso das pessoas a outras formas de auxílio do Estado. “Sem documento, a pessoa não consegue retirar um remédio em um posto de saúde, por exemplo.”
Foi justamente a dificuldade de ter acesso a serviços públicos que levou a catadora de recicláveis Edvânia Maria da Silva, de 30 anos, ao mutirão. Sem documento de identidade, ela já não conseguia fazer consultas na rede pública de saúde. “O mutirão é bom. Resolve isso mais fácil”, disse ela, antes de protocolar o pedido de segunda via da carteira de identidade. “Ainda consigo resolver outras coisas.”
No mutirão, Edvânia, o marido e os seis filhos também cortaram o cabelo. Tudo foi de graça.
Já o auxiliar de serviços gerais Adelmo da Silva, de 54 anos, que está desempregado, foi ao mutirão à procura de trabalho. Morador de rua, mas com todos os documentos em dia, Adelmo também aproveitou o mutirão para medir a pressão arterial. “Perdi meus remédios”, contou ele. “Quero ver se, na consulta, consigo uma receita para retirar os comprimidos no posto.”
Edição: Nádia Franco