Local onde juíza foi assassinada é considerado pacato e familiar

12/08/2011 - 14h11

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Assustados com o assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta a tiros na noite de ontem (11) quando chegava em casa, no bairro de Piratininga, região oceânica de Niterói, vizinhos dizem que o crime mudou a rotina do local, considerado pacato e familiar.

Segundo uma senhora, que mora na mesma rua em que vivia a magistrada, em uma localidade conhecida como Jardim do Imbuí, e pediu para não ser identificada, os disparos foram “assustadores”.

“Eu estava assistindo à televisão na hora em que ouvi aquela barulheira. Primeiro pensei que eram fogos de artifício, mas como não era dia de nenhum santo e vi que o barulho era um pouco diferente, percebi que deviam ser tiros”, contou, acrescentando que ouviu, em seguida, gritos de um menino.

“Depois foi um tumulto só e eu fiquei com medo até de chegar na janela. Mas ouvi bem um menino, que devia ser o filho dela, gritando ‘mãe, mãe’”, disse.

Um outro morador, que também solicitou o anonimato, disse que viu quando, logo após os barulhos de disparos, homens encapuzados caminharam pela rua e deixaram o local em duas motocicletas. Ele contou que alguns tiros pareciam ter partido de armas pesadas.

“Não era só pistola, não. Pelo barulho, parecia ter fuzil também. Foi muito assustador ver tudo aquilo bem perto”, disso.

Uma jovem de pouco mais de 20 anos disse nunca ter imaginado que um crime “tão bárbaro” pudesse acontecer a poucos metros de sua casa. Ela ouviu os disparos enquanto fazia um lanche na cozinha.

“Tinha acabado de chegar da faculdade e estava fazendo um lanche quando ouvi aquela barulheira. Fiquei apavorada porque essa região é muito tranquila, nunca soube de nenhum crime parecido por aqui”, disse.

Segundo relatos dos vizinhos, Patrícia Acioli havia se mudado para o local há cerca de quatro meses. Ela fez uma grande reforma no imóvel e era bastante reservada.

Ainda na manhã de hoje, policiais da Delegacia de Homicídios estiveram no local do crime à procura de elementos que ajudem a solucionar o caso. Eles vasculharam o chão de terra em frente à casa da magistrada, observaram marca de pneus e percorreram um terreno baldio, coberto por mato alto ao lado da construção.

O corpo da juíza será enterrado às 16h30 de hoje (12) no Cemitério de Maruí Grande, no bairro do Barreto, em Niterói. Segundo funcionários, o velório começou no fim da manhã, na capela do Santíssimo.

 

Edição: Lílian Beraldo