Da BBC Brasil
Brasília - Com 16 mil policiais nas ruas, Londres viveu ontem (9) uma noite mais tranquila após três dias de violência, mas episódios esporádicos de tumultos e depredações foram registrados em diversas cidades do país. Pelo segundo dia consecutivo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, participa na manhã de hoje (10) de uma reunião de emergência do governo para discutir medidas destinadas a conter a onda de violência.
Na noite de ontem houve registros de violência em Manchester, Salford, Liverpool, Nottingham e Birgmingham, incluindo saques e depredações de lojas. Alguns locais dessas cidades foram incendiados. Em Birmingham, três homens morreram atropelados durante a noite ao tentar proteger sua vizinhança.
Cameron disse que os responsáveis pelos ataques, mesmo menores de idade, “sentirão a força da lei”. Depois dos distúrbios dos últimos dias, diversos bares e lojas fecharam as suas portas mais cedo temendo a repetição dos episódios de violência. Segundo a Polícia Metropolitana de Londres (conhecida como Scotland Yard), 768 pessoas foram detidas ao longo dos quatro dias de distúrbios, e 105 foram indiciadas.
Mais de cem policiais da Scotland Yard ficaram feridos nos quatro dias de operações - incluindo ferimentos graves na cabeça e nos olhos, cortes e fraturas - após serem atacados pelos manifestantes com garrafas, pedaços de madeira, tijolos e até mesmo carros em movimento. Cinco cachorros da polícia também ficaram feridos.
Em Manchester, centenas de jovens entraram em confronto com a polícia. A multidão jogou bombas incendiárias, enquanto algumas pessoas saquearam lojas, roubando roupas, equipamentos eletrônicos e bebidas.
O comandante da polícia da Grande Manchester, Garry Shewan, disse que suas forças enfrentaram “níveis extraordinários de violência de grupos de criminosos com a intenção de promover a desordem generalizada”.
No condado de West Midlands, que engloba a cidade de Birmingham, a segunda maior do país, 229 pessoas foram detidas e 23 foram indiciadas pelos distúrbios. Grupos de jovens destruíram fachadas de lojas e atearam fogo a carros na região. Em Nottingham, no Norte do país, uma delegacia foi atacada com coquetéis molotov.
A onda de violência começou após um protesto pela morte de Mark Duggan, 29 anos. Duggan foi morto por policiais no último dia 4, em Tottenham, em Londres, depois de ser abordado em um táxi por uma unidade que investiga crimes com armas de fogo no bairro.
A morte gerou revolta, que explodiu no último sábado (5) em Tottenham e se espalhou para outras regiões da capital britânica na noite de domingo, com saques e atos de violência em vários pontos de Londres. A ouvidoria da polícia disse que até agora não há indícios de que Duggan tenha atirado contra os policiais antes de ser alvejado e morto.