Empresários fluminenses contemplados com desonerações têm expectativas diferentes sobre o plano

03/08/2011 - 17h34

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os empresários fluminenses têm opiniões divergentes em relação aos efeitos que a nova política industrial terá sobre os seus negócios. Algumas empresas de micro porte acreditam que o impacto será reduzido, enquanto pequenas e médias companhias se mostram mais confiantes e esperam resultados positivos.

Segundo o empresário Vasco Fernandes do setor de moda íntima de Nova Friburgo, as micro e pequenas empresas do setor de confecções, instaladas na região serrana fluminense, não deverão sentir os efeitos positivos do Plano Brasil Melhor, anunciado ontem (2).

“Eu acho que não vai impactar muita coisa. Porque o nosso maior problema aqui é a carga tributária e a folha de pagamento”. Ele disse que as micro e pequenas empresas, como a Sapeka, de sua propriedade, pagam 10% no Simples (sistema integrado de pagamento de impostos e contribuições das microempresas e empresas de pequeno porte). “Então, para mim, não está desonerando nada”. De acordo com ele, a alíquota do Simples está muito alta e já deveria ter sido revista há cerca de dois anos pelo governo.

Vasco Fernandes disse que a redução para zero da alíquota de 20% paga ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pelos quatro setores intensivos em mão de obra, selecionados no Plano Brasil Melhor (confecções, móveis, calçados e software), beneficia as empresas de maior porte, que não estão no Simples.

Carlos Eduardo de Lima, da empresa Suspiro Íntimo, disse que “para as empresas médias e grandes, foi muito bom”. Sua confecção de médio porte que integra o Pólo de Moda Íntima de Nova Friburgo, terá uma economia mensal de R$ 18 mil com a redução dos encargos sobre a folha. Lima destacou que o Plano Brasil Melhor vai ter um efeito positivo para as empresas de todos os portes, no que se refere à compra de equipamentos e software.

O diretor da Najason Sistemas, do setor de informática, Cláudio Nasajon, está confiante que as novas medidas divulgadas pelo governo terão efeito positivo sobre o setor como um todo. “A primeira recepção foi muito positiva. Finalmente a informática tem do governo a atenção que merece, dado que é um setor estratégico”.

Segundo Nasajon, os empresários do setor de software estão motivados com a nova desoneração. “Mas, estamos esperando para ver como vamos implantar isso”.

Já Custódio Ribeiro, diretor-presidente da Vimoso Indústria e Comércio de Móveis, localizada na Baixada Fluminense, está na expectativa. Ele disse ter gostado muito quando viu o setor moveleiro incluído entre os setores intensivos em mão de obra que terão desoneração na folha de pagamento, mas, ainda não se aprofundou nas medidas anunciadas, para saber como elas afetarão a sua empresa.

“Nós temos um custo elevado de mão de obra, porque somos uma empresa artesanal. Mas acredito que a nova política funcione, porque o negócio não está muito bom”. A Vimoso está incluída no Simples, como empresa de pequeno porte.
 

 

Edição: Rivadavia Severo