Daniella Jinkings*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A definição de felicidade é algo complexo. Para muitos, a felicidade consiste em um estado de espírito, para outros, está relacionada à aquisição de bens materiais, à estética e ao reconhecimento profissional. Porém, há quem acredite que para ser feliz é necessário, apenas, fazer o bem ao próximo.
Da cozinha de um restaurante da antiga Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro onde conheceu o personagem histórico da antiga capital, o travesti Madame Satã, para a Presidência da República. Essa foi, basicamente, a trajetória profissional de José Henrique Nazaré ou como é mais conhecido pelos jornalistas de Brasília, Very Well. Ele chegou a Brasília em 1961 onde conseguiu, por meio de uma amiga, indicação para trabalhar como porteiro no Palácio do Planalto.
O apelido de Very Well foi colocado por jornalistas do Comitê de Imprensa da Presidência para onde logo foi transferido como contínuo por causa do seu permanente bom humor. José Henrique tem orgulho de trabalhar há 40 anos na Presidência.
Para isso, preservou nesses anos uma estratégia peculiar para manter sua capacidade de ser feliz e o bom humor em um ambiente de trabalho muitas vezes estressante como é a sede do Executivo: “Estou aqui há todos esses anos e nunca houve um tropeço, um incidente, só assim: sim senhor, sim senhora. Então, é uma coisa inexplicável porque quem não serve para servir, não serve para viver. Sirvo a todos aqueles que vem a mim.”
A felicidade, até mesmo para pessoas comuns, ainda é um mistério a ser desvendado. Para o vendedor de pipocas que trabalha no centro de Brasília, Firmino de Araújo, 55 anos, não passa de um estado psicológico momentâneo. "Ninguém é feliz o tempo todo. Temos momentos felizes e temos que aproveitá-los."
A estudante de direito Lucy Ramos, 23 anos, mudou-se de cidade para tentar ser mais feliz. Ela passou um ano em São Paulo fazendo faculdade, mas não conseguiu se adaptar e acabou retornando a Brasília. Pouco tempo após retornar, ela começou a namorar e agora está noiva. Para Lucy, felicidade é a busca do aperfeiçoamento em todas as áreas da vida. “Mesmo sabendo que a perfeição é impossível, ser feliz é ter a consciência de que há uma plenitude no viver.”
Há pessoas, como o administrador Leonardo Santos, 30 anos, que acreditam que a felicidade é alcançada ajudando o próximo. Ele garante que não são os bens materiais que determinam o grau de felicidade de uma pessoa. “Faz bem fazer o bem. Dá aquela renovada na alma quando uma pessoa diz um muito obrigado.”
O jovem casal Lucas Valente e Isis Motta, ambos com 19 anos, se considera feliz. Para Isis, alcançar metas é o que a motiva. "Desejo coisas felizes e quando as alcanço, a felicidade toma conta de mim". Lucas acredita que estar com amigos e viver bons momentos pode tornar a vida mais alegre. "É isso que busco para ser feliz.”
*Colaborou Yara Aquino
Edição: Talita Cavalcante