Da Agência Lusa
Brasília - A polícia norueguesa admite que o autor confesso dos ataques de Oslo, Anders Behring Breivik, pode não ter agido sozinho, com base em declarações prestadas por ele mesmo e em “testemunhos convincentes”, disse o procurador Christian Hatlo em entrevista publicada hoje (26). A hipótese de Breivik ter cúmplices ou colaboradores “está sendo investigada”, disse.
Hatlo apontou as declarações do presumível autor na primeira audiência no tribunal, ontem (25), segundo as quais a sua organização conta com “mais duas células”, apesar de anteriormente ter repetido que agiu sozinho.
Segundo o procurador, há de fato na Noruega e em outros países europeus uma “espécie de rede” ligada à ideologia de extrema direita e à islamofobia, mas as autoridades não conseguiram até ao momento estabelecer uma conexão entre o detido e outros elementos.
Hatlo acrescentou ainda que os investigadores consideram que Breivik “contou com a ajuda de outros” para cometer os atentados de sexta-feira: a explosão de um carro no centro de Oslo e o tiroteio na Ilha de Utoeya.
“Por essa razão pedimos [ao juiz instrutor] prisão preventiva para ele, apesar de ter assegurado que atuou sozinho”, disse.
Além disso, segundo Hatlo, “várias testemunhas” relataram “de maneira convincente” que havia pelo menos duas pessoas disparando contra os participantes no campo de verão da juventude trabalhista em Utoeya, onde morreram 68 pessoas.
A possibilidade de haver cúmplices levou Hatlo a integrar todas as operações policiais dos últimos dias relacionadas com os ataques, nos arredores de Oslo e na localidade polaca de Breslau, que terminaram sem detenções nem apreensões significativas.