Da BBC Brasil
Brasília - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que os americanos pressionem seus congressistas a “colocarem a política de lado” e a se comprometerem com um plano “equilibrado” de redução do déficit e aumento do limite de endividamento do país, em um momento em que o impasse se aproxima de uma data crítica.
Em discurso televisionado ao vivo na noite de hoje (25), Obama criticou o “circo partidário” em Washington, culpou “parte dos republicanos” pelo impasse envolvendo o teto da dívida do país e alertou que a ausência de solução para o problema causará aumento nas taxas de juros e mais desemprego.
O presidente apoia um plano que, para conter o deficit dos EUA, inclui cortes de gastos e fim de isenções de impostos para a parcela mais rica (2%) da população.
Já os republicanos rejeitam a elevação de impostos e defendem cortes em programas sociais defendidos pelos democratas.
O impasse está impedindo que o Congresso vote o aumento no teto da dívida do país, que já chegou em seu limite, de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões). Esse limite deverá ser ultrapassado em 2 de agosto, a partir de quando, portanto, os EUA não teriam mais como cumprir com seus compromissos financeiros, arriscando uma moratória.
Analistas dizem que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.
“A única razão para este impasse é que alguns republicanos insistem em uma solução de apenas cortes [orçamentários] e nos programas [sociais] com os quais nos importamos”, disse Obama, completando que seus adversários “estão mantendo a economia refém”, em um processo que é “ofensivo ao cidadão".
Imediatamente após ao discurso de Obama, foi a vez de discursar o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, que tem feito forte oposição às propostas democratas de como lidar com o deficit.
Boehner disse que aceitar o projeto democrata seria equivalente a dar “um cheque em branco” a Obama, “e isso não vai acontecer”.
Ele declarou que seu partido tentou “convencer o presidente a mudar a trajetória de endividamento” dos EUA, mas que a Casa Branca só aceita “mais gastos e mais impostos”.