Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para o cadastramento das torcidas organizadas paulistas foi assinado na noite de hoje (22) pelo o Ministério Público de São Paulo, o Ministério do Esporte e os chefes de 45 organizadas. O acordo determina, entre outros pontos, que as torcidas façam a identificação de todos os seus membros, com fotografias, documentação e impressões digitais, no prazo de 120 dias.
Representantes de algumas torcidas hesitaram em assinar o documento alegando desconhecimento do conteúdo do termo. O promotor Paulo Sérgio Castilho alertou, entretanto, que caso as agremiações não se adequassem às exigências do Estatuto do Torcedor, como proposto no acordo, poderiam ficar impedidas do acesso aos estádios.
O impasse só foi resolvido com a intervenção do diretor-geral da Gaviões da Fiel (torcida organizada do Corinthians), Wildner Rocha. Ele esclareceu aos colegas que as determinações do TAC são apenas um aprimoramento e que a formalização das ações já estão sendo desenvolvidas pelas organizadas para coibir a violência. “Na verdade o documento não muda nada. Nós já temos esse compromisso com o Ministério Público e com a Polícia Militar. Hoje está se formalizando um trabalho que já é feito”, disse.
Segundo o promotor Castilho, a iniciativa vai facilitar a identificação de pessoas ou grupos que pratiquem ou incitem à violência dentro dos estádios. “A torcida que insistir em praticar organizadamente atos de violência será responsabilizada tanto na esfera criminal como na esfera civil”, declarou. As agremiações que praticarem atos violentos poderão, de acordo com o promotor, ficar impedidas por até três anos de frequentar os estádios.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse que a mobilização em torno da Copa do Mundo de 2014 poderá ajudar para o fim dos conflitos nos estádios. “Estádio é lugar de família, crianças e mulheres. Por isso, nós queremos ter as torcidas organizadas como parceiras para criar um ambiente mais amistoso, seguro e confortável nos estádios do Brasil”, ressaltou.
Edição: Aécio Amado