Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os migrantes no Brasil têm preferido as cidades consideradas médias no interior do país às grandes metrópoles. A constatação é da pesquisa Deslocamentos Populacionais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elaborada com base no Censo 2010.
Divulgado hoje (15), o estudo mostra que, das cidades com altas taxas de crescimento populacional influenciadas também pelo fluxo migratório (o equivalente a 8% do total de municípios brasileiros), nenhuma tem mais de 500 mil habitantes.
De acordo com o levantamento, o crescimento dessas cidades tem sido observado nos últimos 30 anos, mas ficou mais evidente no último censo demográfico, embora tenha sido constatado também que as grandes cidades ainda concentram 30% da população brasileira – taxa considerada expressiva.
Por outro lado, as cidades com população de até 10 mil (27% dos municípios do país) perderam habitantes. Segundo o IBGE, essas localidades têm o Produto Interno Bruto (soma das riquezas e bens produzidos) muito baixo, o que estimularia a migração por melhores condições de vida.
Um PIB mais robusto, no entanto, pode não justificar deslocamentos para cidades com até 500 mil habitantes. "A explicação não fica claramente justificada pelo tamanho do PIB per capita, dado que parte importante [dessas cidades] não apresentou PIB elevado, muito embora os municípios com os melhores indicadores encontrem-se neste estrato", afirma o texto.
Em termos de crescimento populacional influenciado pela migração, o estudo do IBGE também destaca a incorporação de municípios e aglomerações em torno de importantes rodovias como a BR-101, ao longo do litoral brasileiro, e a BR-116, entre o Ceará e o Rio Grande do Sul.
No interior do país, o mesmo efeito vem sendo verificado em torno da BR-158, entre Barra dos Garças (MT) e o Pará, e da BR-163, entre Cuiabá e Santarém (PA).
Edição: Talita Cavalcante