Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Praça Itália, um dos cartões-postais de Santiago, no Chile, transformou-se ontem (11) à noite em campo de batalha. Universitários que protestaram nos últimos dias contra o governo uniram-se aos trabalhadores da área de minas de cobre e foram duramente contidos por policiais. Os manifestantes usaram máscaras na boca para simbolizar a repressão na liberdade de expressão.
A Federação dos Trabalhadores de Cobre fez ontem (11) uma paralisação de 24 horas como alerta. Os trabalhadores do setor reivindicam melhorias de condições de atividades e salário. Foi a primeira convocação de greve na área em 20 anos, segundo especialistas. Mais de 40% das reservas mundiais de cobre estão em território chileno.
A paralisação geral que ainda deve ser marcada deve atingir as regiões de mineração de Chuquicamata, Andina, Teniente, Ventanas e El Salvador. Os trabalhadores temem pela privatização do setor. O governo nega a hipótese, mas os trabalhadores asseguram que existe a discussão sobre o tema.
A paralisação de alerta ocorreu ontem durante as comemorações do 40º Aniversário da Nacionalização do Cobre cuja data também é conhecida como Dia da Dignidade Nacional - criada pelo então presidente chileno Salvador Allende (1970-1973).
Paralelamente, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, reuniu ontem os reitores de várias universidades do país em busca de um acordo para o setor que atenda às demandas de professores e estudantes.
*Com informações da emissora de televisão estatal do Chile, TVN, e da multiestatal, Telesur, com sede em Caracas // Edição: Lílian Beraldo