Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O estado do Rio de Janeiro lidera as estatísticas de mortes, casos graves e notificações de dengue nos primeiros seis meses deste ano. De janeiro a junho, foram registradas 85 mortes, 3.232 casos graves e mais de 137 mil notificações de dengue, conforme balanço divulgado hoje (6) pelo Ministério da Saúde. O número de mortos pela doença cresceu 157% em relação ao primeiro semestre de 2010. O de casos graves, 58%, enquanto o de notificações aumentou 513% na mesma comparação.
Os números do Rio de Janeiro vão de encontro à média nacional, que caiu no mesmo período. De acordo com o ministério, as notificações da doença este ano cairam 18% e as de mortes e os casos graves registraram queda de mais de 40%. Foram registradas em todo o país 310 mortes por dengue contra 554 em 2010. Os casos graves caíram de 14.685 para 8.102. As notificações, de 874 mil para 715 mil.
No entanto, em 14 estados, os números de incidência de dengue aumentaram. Em nove estados, o número de mortes também cresceu. No Ceará, as mortes passaram de cinco para 60 este ano, um aumento de 1.100%. Já o Amazonas teve o maior aumento de notificações da doença na comparação com 2010, passando de 2.785 para mais de 57 mil, quase 2.000% a mais que em 2010.
Dos nove estados da Região Nordeste, seis apresentaram aumento no número de notificações de dengue na comparação com 2010.
De acordo com Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, o aumento do número de casos e de mortes por dengue no Rio e no Amazonas é resultado da recirculação do vírus tipo 1 da dengue. “No ano passado, o Rio de Janeiro foi relativamente preservado da transmissão [do tipo 1]. O Amazonas, talvez pela maior dificuldade de acesso e por ser mais isolado do resto do país, foi atingido pelo vírus no final do ano passado”, explicou o secretário.
Em relação aos números do Ceará, Barbosa disse que o serviço estadual de identificação de mortes melhorou. “No caso do Ceará, com um território relativamente grande, notificou-se óbitos em cidades do interior. É a busca maior que encontrou um número maior [de casos] que os outros”.
Edição: Vinicius Doria