Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A idade para as mulheres se submeterem ao exame de papanicolau, por meio do qual é feito o diagnóstico de câncer de colo de útero, vai ser ampliada. Antes, ele era feito em mulheres entre 25 e 59 anos e agora a faixa etária será alongada até os 64 anos.
A orientação vale para a rede pública e privada de saúde e será anunciada na noite de hoje (4) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), durante a abertura do Congresso Mundial de Patologia Cervical e Colposcopia, no Rio de Janeiro, como uma das novas diretrizes para o diagnóstico da doença.
De acordo com a recomendação, elaborada em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sociedades médicas e o Ministério da Saúde, a coleta de material para o exame continua sendo feita a partir dos 25 anos. Ele só deixará de ser realizado depois que a paciente receber dois resultados negativos consecutivos após os 64 anos.
A ginecologista Flávia de Miranda Corrêa, da Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica do Inca, informou, em nota, que “a ampliação da faixa etária para o rastreamento do câncer de colo do útero segue a tendência internacional relacionada ao aumento da longevidade. Hoje, as brasileiras têm expectativa de vida até os 76 anos”.
Outra novidade é que o exame, que era feito anualmente, passa a ser recomendado em um intervalo de três anos. Mas, para isso, a paciente precisa ter dois diagnósticos negativos em anos seguidos.
A partir do resultado do papanicolau, um exame preventivo, o médico consegue identificar lesões antes da formação do câncer de colo do útero e dar início ao tratamento.
De acordo com o Inca, todos os anos são registrados mais de 18 mil casos, que provocam 4,8 mil mortes por câncer de colo de útero. Esse tipo de tumor é o segundo com maior incidência entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama. O câncer de colo de útero é a quarta causa de mortes entre as mulheres.
Edição: João Carlos Rodrigues