Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O senador Lindberg Farias (PT-RJ) mostrou-se muito abalado com a morte do senador e ex-presidente da República Itamar Franco, com quem conviveu nos últimos 19 anos. Lindberg conheceu o ex-presidente quando presidiu a União Nacional dos Estudantes (UNE) e liderou o movimento dos “caras-pintadas”, que ajudou a derrubar o presidente Fernando Collor, de quem Itamar foi vice-presidente.
Lindberg lembrou que, quando assumiu a Presidência no lugar de Fernando Collor, a primeira reunião de Itamar foi com a União Nacional dos Estudantes. “Nós tínhamos feito aquelas passeatas, aquele movimento de “Fora Collor”, e ele teve um papel decisivo naquele momento. Foi dele uma lei que regulamentou as mensalidades escolares."
O atual senador ressaltou ainda que, como presidente, Itamar foi ao Rio de Janeiro e devolveu à UNE um terreno na Praia do Flamengo, que tinha sido tomado da entidade pela ditadura militar.
Lindberg disse que, na atual legislatura, Itamar vinha sendo considerado o melhor político de oposição no Senado. “Eu lamento muito essa morte. Ele estava tendo um grande trabalho no Senado. Estava vindo como o melhor senador de oposição. Para quem, como eu, que estive à frente daquela geração dos caras-pintadas, ele teve um papel muito importante, para toda aquela geração.”
O senador fluminense lembrou também o nacionalismo de Itamar Franco, que, ao assumir a Presidência, suspendeu imediatamente algumas políticas do antecessor, Fernando Collor. Lindberg disse que, como presidente da UNE, participou de vários encontros em Brasília, com o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, que presidia a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e o então presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Lavenère, em que foram discutidos projetos nacionais.
"No momento em que o Brasil pode se transformar na quinta economia do mundo, nos próximos dez anos, a lembrança do presidente Itamar Franco vai estar sempre presente”, concluiu Lindberg Farias.
Edição: Nádia Franco