Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os 439 bombeiros que invadiram o quartel central da corporação, no centro da cidade, no dia 3 do mês passado, conseguiram esta semana a anistia administrativa e criminal. Para marcar a conquista e também o Dia do Bombeiro, que se comemora hoje (2), os integrantes da corporação promovem uma passeata na Avenida Atlântica, em frente ao Hotel Copacabana Palace.
Um dos líderes do movimento, o cabo Benevenuto Dacíolo, disse que a liderança do movimento está há dois meses tentando falar com o governo do estado, sem sucesso, mas que a luta da categoria por melhores salários continua.
“As nossas reivindicações são o término de gratificação, um piso salarial líquido de R$ 2 mil e o vale-transporte. Até o momento, o governo do Estado não sentou conosco para dar a solução. Tivemos a vitória com a anistia criminal e administrativa, mas, em pleno século 21, temos um governo ditatorial e autoritário.”
Dacíolo disse ainda que não há avanço nas negociações, mesmo com a intermediação da Assembleia Legislativa do Estado. O governo está antecipando de dezembro para julho os 5,58% de reajuste para os bombeiros, policiais militares, civis e agentes do sistema penitenciário. “É bom frisar esse valor de 5,5%. Isso dá menos de R$ 70 no contracheque de soldados, cabos e sargentos. Queremos o término de gratificação, até porque não é salário. O militar que, por exemplo, se machuca, perde a gratificação. Ao passar para a reserva ele também a gratificação. A nossa reivindicação primordial é o fim da gratificação e o reajuste de salário”.
Os militares vão sair em passeata da Avenida Atlântica até o Leme, onde o movimento Rio de Paz promove uma manifestação de apoio às reivindicações dos bombeiros.
Na areia, foi estendido um grande varal e colocadas 439 camisas dos bombeiros, em forma de cruz, simbolizando a prisão dos militares durante a invasão do quartel central.
O presidente do Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, disse que esse é o apoio que a sociedade civil está dando à categoria. “Quando sentimos que não havia um vínculo político-partidário no movimento dos bombeiros, decidimos apoiar e nos juntar a eles porque acreditamos que, além da causa ser justa, eles estão fazendo algo de natureza didática, porque isso está ensinando o povo brasileiro a lutar pelos seus direitos com perseverança.”
O movimento conta com apoio de outras categorias do estado, como os professores que estão em greve desde o dia 7 de junho, além dos policiais civis e militares.
Edição: João Carlos Rodrigues