Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um grupo de cerca de 300 pessoas participou hoje (19) de um protesto contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Aproveitando os momentos de semáforo fechado, eles apitavam e exibiam cartazes para os motoristas em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, região central da capital. O novo Código Florestal também foi alvo de críticas durante a manifestação.
O índio Kunue Kalapalo, membro de uma das tribos do Alto Xingu, disse que luta contra a destruição do patrimônio natural do lugar onde nasceu. “Eu não quero perder tudo que eu tenho lá”, disse, enquanto dançava e cantava na faixa de pedestres. “Eu não quero que acabe a natureza.”
Contrária aos projetos do novo Código Florestal e da Usina de Belo Monte, a técnica administrativa Cíntia Guido defendeu o uso da energia eólica e solar, em vez da construção de grande empreendimentos hidrelétricos. “Vai inundar uma grande parte de floresta, vai mexer com os índios do Xingu. Eu acho que não há mais a necessidade de grandes usinas hidrelétricas.”
Apesar de a usina ser um empreendimento prioritário para o governo federal na área da energia, a estudante de veterinária Camila Bergamim tem esperanças de que a mobilização social possa alterar o projeto. “Quem sabe, se começarem a ocorrer protestos nacionais, eles pelo menos parem para pensar.”
Edição: Lílian Beraldo