Da BBC Brasil
Brasília – A Organização do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental, acusou as tropas do líder Muammar Khadafi de usar mesquitas e parques de diversão infantis como escudos na Líbia enquanto “atacam brutalmente e sistematicamente” o povo líbio. A declaração é uma resposta a acusações, feitas pelo regime líbio, de que a Otan estaria deliberadamente alvejando edificações civis no país norte-africano.
Ontem (17), o premiê líbio, Al Baghdadi Al Mahmudi, havia dito que a Otan estava levando o conflito a “um novo nível de agressão” e cometendo “crimes contra a humanidade” ao “atingir prédios civis”.
Em comunicado divulgado hoje (18), Oana Lungescu, porta-voz da Otan, rejeitou as acusações e disse que a aliança está conduzindo suas operações com “cuidado e precisão para evitar mortes civis”.
A aliança está atacando as forças de Khadafi na Líbia com a anuência de uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), sob a justificativa de proteger os civis líbios dos ataques do regime.
Lungescu acusou as tropas de Khadafi de “bombardear cidades e portos” e de usar instalações como parques e mesquitas para se proteger dos ataques da aliança.
Ao mesmo tempo, o regime líbio – sob pressão pelos bombardeios da aliança - insiste em garantir que está dialogando com os rebeldes do país, que, por sua vez, negam as conversas.
No campo internacional, reuniram-se hoje, no Egito, representantes da ONU, da União Europeia, da Liga Árabe, da União Africana e da Conferência Islâmica para discutir a crise na Líbia. Em comunicado pós-encontro, os representantes pediram “a aceleração do lançamento de um processo político que responda às aspirações legítimas do povo líbio”.
E a Áustria anunciou planos de reconhecer os rebeldes líbios como governo legítimo da Líbia – medida já adotada por cerca de dez países, entre eles a Alemanha, Itália e França.
O Conselho Nacional Transitório (CNT) a ser reconhecido pela Áustria é o braço político das forças que iniciaram uma ofensiva contra o regime de Khadafi, inspirados nos levantes populares que derrubaram os governos da Tunísia e do Egito.