Da BBC Brasil
Brasília - Tropas do governo da Síria estão avançando rumo à cidade de Jisr Al Shughour em uma ofensiva contra os manifestantes oposicionistas. A informação é da TV estatal do país.
Há relatos de combates intensos, com pelo menos dois mortos e dezenas de pessoas presas. Testemunhas disseram ter visto tanques e helicópteros atacando a cidade na madrugada deste domingo (12).
O governo sírio afirma que está tentando restaurar a ordem na cidade, depois que 120 militares foram mortos na semana passada. No entanto, moradores dizem que as mortes foram causadas por um motim e um conflito dentro das próprias forças de segurança sírias.
Ativistas afirmam que 200 veículos militares atacaram Jisr al-Shughour em duas frentes - uma oriunda do Leste e outra do Sul. A TV estatal afirma que a operação começou depois que explosivos foram encontrados e desarmados na entrada da cidade.
Helicópteros também foram vistos sobrevoando a área. Há relatos de que as tropas que invadiram a cidade são parte de uma unidade de elite comandada pelo irmão mais novo do presidente Bashar Al Assad.
Não há informações sobre o tipo de resistência que os oposicionistas montaram na cidade, mas há confirmações de que muitas pessoas deixaram a região.
Jisr Al Shughour fica a 20 quilômetros da fronteira com a Turquia, na província de Idlib, que tem forte vocação rural. Os sunitas - que são maioria na Síria - predominam na população de 50 mil pessoas.
A Síria impediu a entrada de jornalistas estrangeiros no país, o que dificulta o trabalho de checagem das informações.
Também houve violência na cidade vizinha de Maarat Al Numan, onde homens armados atacaram um tribunal, uma delegacia e um depósito de combustível.
O avanço das tropas sírias para o Norte do país já provocou a fuga de mais de 4 mil pessoas para a Turquia. Os Estados Unidos acusam a Síria de provocar uma crise humanitária ao reprimir com violência os protestos contra o governo de Bashar Al Assad. A Casa Branca fez um apelo para que o governo sírio permita a entrada imediata da Cruz Vermelha na Região Norte do país, uma das mais afetadas pelo conflito.