Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A economia brasileira deve aproveitar os preços altos das commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional) para se modernizar e melhorar a competitividade, afirmou hoje (1º) o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Em visita ao Brasil, ele disse que o país precisa ampliar os investimentos do setor privado e aumentar a produtividade para atingir o crescimento sustentável.
Zoellick mencionou a carência de infraestrutura, que encarece os produtos brasileiros no exterior, como um dos principais desafios do país. “Quando se fala com empresários brasileiros, sempre surge a questão do custo Brasil, que leva a ineficiências. A economia brasileira vai muito bem com o encarecimento das commodities, mas o boom [expansão] das commodities não dura para sempre e é importante que o Brasil desenvolva os setores de serviços e manufatura”, afirmou.
O presidente do Banco Mundial afirmou que o órgão pode ajudar o Brasil na formação de parcerias público-privadas (PPPs) para promover o investimento em infraestrutura, não necessariamente com dinheiro, mas com troca de conhecimento. “A ideia não é financiar tudo, mas compartilharmos experiências. Ao projetar as PPPs, atraímos investimentos privados com importância para o desenvolvimento a longo prazo”, declarou.
Zoellick elogiou a concessão de aeroportos à iniciativa privada, mas evitou comentar se o banco atuará no processo de privatização. Segundo ele, o modelo elaborado pelo governo pode ser entendido como uma PPP.
De acordo com ele, a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla inglesa), o braço do Banco Mundial (Bird) que financia os investimentos privados, empresta, em média, US$ 1,2 bilhão por ano ao Brasil. A quantia, segundo ele, torna o país o segundo maior cliente do IFC.
Para Zoellick, o Brasil precisa urgentemente aumentar a poupança e o investimento para se tornar mais competitivo. “A taxa de investimentos do Brasil em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] é inferior à da Índia e, com certeza, muito mais baixa que a da China. O Brasil está pressionado pela concorrência e precisa fazer tudo o que puder para melhorar a infraestrutura e a competitividade”, advertiu.
Edição: Lana Cristina