Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Por 32 votos a 1, a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou hoje (1º), em sessão extraordinária, a reintegração de Honduras ao órgão. O único voto contrário foi do representante do governo do presidente do Equador, Rafael Correa. Honduras foi suspensa da OEA em 4 de julho de 2009, depois que o então presidente hondurenho, Manuel Zelaya, foi deposto.
Para a OEA e a maior parte da comunidade internacional, inclusive o Brasil, houve, em Honduras, um golpe de Estado, que levou à transgressão dos princípios democráticos. Na tentativa de o país ser reintegrado à comunidade internacional e acabar com o período de congelamento de relações multilaterais, o atual presidente do país, Porfirio Pepe Lobo, já havia garantido que obedecerá à Constituição de Honduras.
Porém, líderes partidários contrários ao retorno de Zelaya a Honduras criticam as atitudes de reconciliação e aproximação de Pepe Lobo com o ex-presidente. Para alguns políticos, Zelaya pensa em retornar à política hondurenha.
Antes da reunião, a Venezuela defendeu que se incluísse na proposta de reintegração de Honduras a determinação de que os autores do golpe de Estado sejam responsabilizados. Zelaya foi deposto em 28 de junho de 2009 por uma ação organizada por integrantes das Forças Armadas, do Parlamento e do Judiciário. Na ocasião, ele foi pressionado a ficar na Costa Rica. Em setembro do mesmo ano, o ex-presidente e correligionários pediram abrigo na Embaixada do Brasil em Honduras, onde permaneceram por cerca de 120 dias.
Em janeiro de 2010, quando Pepe Lobo assumiu o poder, Zelaya deixou Honduras em direção à República Dominicana. Paralelamente, a comunidade internacional liderou um movimento para o ex-presidente ser anistiado e retornar ao país sem correr riscos. A iniciativa se concretizou e Zelaya voltou a Tegucigalpa, capital hondurenha, no último dia 28.
De acordo com diplomatas brasileiros, o governo prepara para os próximos dias a indicação do futuro embaixador do Brasil em Honduras. A iniciativa confirmará o reconhecimento do governo hondurenho, tendo à frente Pepe Lobo, e encerrará um período de dois anos de mal-estar entre os dois países, normalizando as relações bilaterais.
Desde 2009, o Brasil mantém um encarregado de negócios em Honduras, o diplomata de carreira, ministro Zenik Krawctschuk.
Edição: Lana Cristina