Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A base governista vai apresentar uma questão de ordem ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), questionando o resultado da votação que convocou o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a prestar esclarecimentos sobre a evolução de seu patrimônio na Comissão de Agricultura. Os deputados alegam desrespeito ao regimento interno da Casa.
Os governistas acusam o presidente da comissão, Lira Maia (DEM-PA), de manobra porque a votação foi feita poucos minutos depois de ter sido feita a verificação de quórum em uma votação nominal anterior. O regimento estabelece o intervalo de uma hora a cada verificação de quórum, procedimento que exige uma votação nominal. Como os governistas eram maioria, a votação nominal derrubaria a matéria.
O deputado Moacir Miqueleto (PMDB-PR) alega que apresentou requerimento pedindo a quebra desse prazo, permitindo, então, a votação nominal. Entretanto, o presidente da comissão teria ignorado o documento. “Agora, iremos ao plenário alegando a inconstitucionalidade da votação”, disse. “Foi uma manobra esdrúxula. Nunca vi uma manobra de tão baixo calão quanto essa de hoje”, completou o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS).
O autor do requerimento, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), defendeu a votação e disse que a base governista “comeu mosca” durante a votação. “Nós cumprimos o regimento. O ministro, legalmente e dentro do regimento, está convocado”, disse.
A reunião chegou a ser suspensa por uma hora. Ao reiniciar os trabalhos, Lira Maia disse que qualquer divergência sobre o assunto será discutida na reunião da semana que vem. Em seguida, ele encerrou os trabalhos do dia.
Agora, caberá ao presidente da Câmara decidir a questão de ordem hoje à tarde em plenário: se convoca uma nova votação nominal ou se mantém o resultado da votação simbólica. “Agora, o custo político será do Marco Maia”, disse Onyx.
Edição: Lana Cristina