Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O retorno do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, no último sábado (28), desencadeou reações de setores adversários a ele que se voltaram também contra o atual presidente do país, Porfirio Pepe Lobo. No começo deste mês, Pepe Lobo negociou o acordo para o regresso de Zelaya, assegurando garantias políticas para ele. O acordo faz parte das articulações para Honduras ser reintegrada à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Depois de 16 meses de exílio na República Dominicana e quase dois anos após sua deposição, Zelaya retornou a Tegucigalpa em meio a festas e críticas. O líder do Partido Nacional, Raul Piñeda, acusou Pepe Logo de se tornar um aliado de Zelaya e de atuar para a criação de uma Assembleia Constituinte para mudar a legislação, garantindo o direito à reeleição presidencial.
Para outro líder político Fernando Anduray, Pepe Lobo se alia a Zelaya para se aproximar dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales. Segundo ele, é necessário ter cautela para que as emoções não se sobreponham às análises objetivas.
O sociólogo e analista político Eugenio Sosa disse que com o retorno de Zelaya termina um ciclo marcado pela “luta popular” e que levará à construção de uma nova etapa política no país. De acordo com Sosa, Zelaya e seu grupo político devem organizar-se para evitar “dispersão, confusão e brigas".
Zelaya foi deposto em 28 de junho de 2009, quando integrantes das Forças Armadas, do Parlamento e do Judiciário se uniram para retirá-lo do poder. O então presidente foi retirado de casa durante a madrugada e obrigado a deixar o país – quando seguiu para a Costa Rica. Três meses depois, ele pediu abrigo na Embaixada do Brasil em Honduras, onde ficou por cerca de 120 dias.
Para a OEA e parte da comunidade internacional, Zelaya foi vítima de um golpe de Estado. Em decorrência dessa conclusão, Honduras foi suspensa da organização. Na próxima quarta-feira (1º) haverá uma assembleia extraordinária da entidade para analisar a possibilidade de o país ser reintegrado ao órgão. A tendência é a aprovação.
*Com a agência pública de notícias da Argentina, a Telam
Edição: Graça Adjuto