Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A ministra da Economia da França e candidata à sucessão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, comprometeu-se hoje (30) a dar continuidade às reformas para dar maior representatividade aos países emergentes. Em visita ao Brasil, ela afirmou que não quer apenas a participação dos países em desenvolvimento no FMI, mas também defendeu que as prioridades da instituição internacional sejam repensadas.
Em entrevista coletiva ao lado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Christine defendeu três pontos para a sua gestão: a revisão das fórmulas de cálculo das cotas dos países-membros, o reforço do papel de vigilância do fundo para evitar futuras crises econômicas e a atuação em mais áreas, além da macroeconomia internacional. “O fundo precisa rever seu papel continuamente para se adaptar quando as circunstâncias mudam”, disse a candidata.
Sobre o fato de ser europeia e apoiada pelos demais países do continente, ela afirmou que sua candidatura se baseia na capacidade técnica para ocupar o cargo, e não em sua nacionalidade. “Minha candidatura é um processo aberto e transparente. A escolha será baseada no mérito. O fato de ser europeia e francesa não é um benefício, assim como não deve ser falha ou inconveniente.”
Desde a criação do FMI, em 1945, o cargo de diretor-gerente da instituição é ocupado por um europeu. Em troca, um norte-americano ocupa a presidência do Banco Mundial.
A ministra francesa reiterou o apoio à universalização do fundo. “O FMI não pertence a ninguém, mas à totalidade desses membros.” Ela afirmou que o fundo deve estar atento aos desdobramentos no Norte da África e contribuir para o desenvolvimento econômico na região. Christine, no entanto, não quis comentar a possibilidade de restruturação da dívida da Grécia, alegando que veio ao Brasil tratar apenas da sucessão no FMI.
Ainda hoje, Christine se encontrará com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. A ministra da Economia da França afirmou ter escolhido o Brasil como primeira parada na campanha pelo posto de diretor-gerente do FMI porque o país conquistou peso nas decisões internacionais nos últimos anos. Ela passará ainda pela China, Índia e pelo Oriente Médio.
O FMI está em campanha para a escolha de um novo diretor-gerente após a renúncia de Dominique Strauss-Kahn, que deixou o cargo depois de ser acusado de crime sexual nos Estados Unidos. O prazo para a apresentação de candidaturas termina em 10 de junho e a escolha deve ocorrer até 30 de junho.
Edição: João Carlos Rodrigues