Marli Moreira
Repórter da Agência
São Paulo - O diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, informou hoje (26) que a quebra de safra deve afetar a projeção do setor de moer 568,50 milhões de toneladas de cana. Desde o início da safra 2011/2012, a moagem totalizou 56,66 milhões de toneladas, 39,51% abaixo das 93,67 milhões de toneladas registradas na mesma data de 2010.
A Unica ressalva que a situação é atípica por causa da antecipação do início das atividades das usinas em janeiro, fevereiro e março, meses habitualmente observados como de entressafra.
Na primeira quinzena de maio, a moagem de cana-de-açúcar das unidades produtoras da região Centro-Sul do país, responsável por metade da produção nacional, somou 32,77 milhões de toneladas. O volume foi 6,69% menor que o registrado no mesmo período do ano passado (35,13 milhões de toneladas).
No comunicado divulgado pela entidade, ele afirma que “além da pior qualidade da matéria-prima e do ritmo de moagem mais lento nesse início de safra, estamos observando uma redução significativa da produtividade agrícola do canavial”.
De acordo com Padua Rodrigues, a produção de etanol tem sido priorizada e os empresários estão preocupados em evitar que se repita a volatilidade de preços constatada no período de entressafra. Nos primeiros 15 dias de maio, a fabricação de açúcar alcançou 1,54 milhão de toneladas ante 1,87 milhão de toneladas no mesmo período de 2010. Já o volume de etanol produzido somou 1,26 bilhão de litros, dos quais 506,9 milhões de etanol anidro (que é misturado á gasolina) e 756,30 milhões de etanol hidratado (vendido nas bombas diretamente ao consumidor).
No acumulado desde o início da safra, 59,87% da cana-de-açúcar processada foi dirigida para a produção de etanol, que atingiu 2,16 bilhões de litros. O volume de açúcar alcançou 2,36 milhões de toneladas.
Os dados divulgados hoje (26) pela Unica indicam ainda que, entre 1º de abril e 15 de maio, as usinas venderam 1,91 bilhão de litros de etanol, dos quais 51,80 milhões de litros foram destinados à exportação e o restante (1,86 bilhão de litros) escoado para o mercado interno. Só o volume de etanol hidratado chegou a 934,72 milhões de litros.
Na primeira quinzena, foram vendidos 327,29 milhões de litros de álcool anidro, a mesma quantidade da quinzena anterior. No mesmo período, as vendas do álcool hidratado no mercado interno cresceram 37,71% com a comercialização de 419,85 milhões de litros. Segundo a Unica, este aumento se deve à “recomposição dos estoques operacionais pelos agentes de comercialização e à recuperação da competitividade do produto frente à gasolina”.
Edição: Vinicius Doria