Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um protesto que reuniu mais de 5 mil pessoas marcou hoje (26) o enterro dos extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Marabá, no Pará. O casal foi executado a tiros na última terça-feira (24), no sudeste do estado. Às 5h, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outras entidades ligadas à luta na área rural bloquearam uma ponte sobre o Rio Itacaiúnas e uma ferrovia próximo à cidade de Marabá, onde o casal foi sepultado.
Durante o protesto, os manifestantes atearam fogo em pneus e pedaços de madeira. Eles só liberaram uma estrada e a ferrovia que dão acesso a Marabá depois da chegada da Polícia Militar. “Foi um ato contra o assassinato [do casal de extrativistas, cujos nomes faziam parte de uma lista de pessoas ameaçadas de morte no estado]”, disse a integrante da coordenação do MST no Pará Maria Raimunda Cezar.
“Interditamos os dois sentidos da pista e a ferrovia. Não houve confronto. A pista só foi liberada depois que terminou a marcha”, acrescentou Maria Raimunda. Entidades como a Via Campesina e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri ) participaram da manifestação.
Segundo ela, durante o protesto foi rezada uma missa em memória aos extrativistas. O cortejo percorreu as ruas de Marabá até chegar a um cemitério. O enterro ocorreu por volta do meio-dia.
João Cláudio e Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros em uma estrada vicinal que leva ao Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, na comunidade de Maçaranduba 2, a 45 quilômetros do município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará.
A Polícia Federal (PF) foi acionada para investigar a execução dos dois líderes, ligados ao Conselho Nacional dos Seringueiros no município de Nova Ipixuna. Além da PF, o Ministério Público Federal também está acompanhando o caso.
Edição: João Carlos Rodrigues