Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O resultado do inquérito conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF) que apura as causas do acidente com o avião da TAM, que fazia o voo JJ 3054, deve ser concluído até julho, segundo o advogado que representa os parentes das vítimas, Ronaldo Marzagão. “Acredito que antes do quarto aniversário desse trágico acidente tenhamos uma solução final do inquérito”, disse hoje (21), pouco antes de se reunir com os parentes dos mortos no acidente em um hotel na capital paulista.
No dia 17 de julho de 2007 o avião da TAM percorreu toda a pista do Aeroporto de Congonhas sem conseguir parar, atravessou a Avenida Washington Luís e atingiu um edifício da própria companhia aérea e um posto de gasolina. Entre passageiros e tripulação, 199 pessoas morreram.
De acordo com o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ 3054 (Afavitam), Dario Scott, o fim da investigação é o maior anseio dos parentes. “O objetivo da associação sempre foi trazer as informações sobre a investigação criminal do acidente”, ressaltou.
Para ele, caso o inquérito seja concluído, a luta dos parentes entrará em uma nova fase. “Se inicia um novo ciclo. Existindo a denúncia, se começa o processo criminal. Começa tudo novamente.”
Na opinião de Marzagão, o MPF deverá indicar vários culpados pela tragédia, principalmente em relação aos erros de procedimento, que mais tarde, foram revistos. “O suposto erro dos pilotos na posição dos manetes não seria o início da tragédia e, sim, o fim dela”, afirmou.
Além dos rumos da investigação, a reunião de hoje (21) da Afavitam discutiu a proposta da prefeitura de São Paulo para o memorial que será construído no local do acidente. O projeto apresentado propõe a criação de uma praça para lembrar as vítimas da tragédia.
Apesar de o projeto contemplar reivindicações dos parentes, como a manutenção de uma amoreira que resistiu à explosão, algumas mudanças foram pedidas. Entre elas, a inclusão do anjo que serviu de símbolo para a luta da Afavitam e a marcação do local exato do choque.
Essa definição é especialmente importante para Márcia de Araújo. Ela é mãe de Michelle Leite, comissária que não pode ser identificada entre os destroços do avião. “[O monumento será] um lugar que possa mostrar para as pessoas que, mesmo com toda aquela catástrofe, com toda desgraça e sofrimento, que ali se foram pessoas especiais de uma forma trágica.”
Edição: Talita Cavalcante// O título foi alterado às 15h para esclarecer informação