Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão do governo do Brasil de suspender as licenças automáticas para a venda de automóveis e autopeças oriundos da Argentina e de outros países motivou hoje (17) uma reunião extraordinária em Buenos Aires. A ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, se reúne com o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Enio Cordeiro, para discutir o assunto. Ontem (16), a ministra conversou com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. As informações são da agência pública de notícias da Argentina, a Telam.
Nos próximos dias, os secretários executivos da área da indústria e comércio dos governos da Argentina, Eduardo Bianchi, e do Brasil, Alessandro Teixeira, também discutirão o assunto. Pela decisão, anunciada na quinta- feira (12), o processo de entrada de produtos argentinos no Brasil pode demorar até 60 dias para ser aprovado. Segundo informaram os técnicos, a medida inclui também o México e a Coreia do Sul.
De acordo com integrantes do governo argentino, a expectativa é que o Brasil suspenda as restrições como forma de assegurar o êxito das negociações. A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois da China e dos Estados Unidos. O volume do comércio bilateral é de US$ 33 bilhões, segundo dados de 2010.
Ontem ao ser perguntado sobre o assunto, Pimentel disse que a medida foi adotada para proteger a indústria nacional porque havia um desequilíbrio nas relações comerciais no que se refere ao setor de automóveis e autopeças.
“Não é um tema especificamente relacionado ao nosso comércio com a Argentina. É uma questão geral adotada pelo ministério como forma de proteger a indústria automobilística já que a balança neste setor está fortemente desequilibrada para o Brasil”, afirmou o ministro na ocasião.
Desde o ano passado, os empresários brasileiros reclamam que a Argentina cria dificuldades para a liberação de mercadorias brasileiras que chegam a suas alfândegas. Em meio à controvérsia, caminhões brasileiros aguardam a decisão política para conseguir passar pela fronteira do Brasil com a Argentina.
Edição: Talita Cavalcante