Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou hoje (3) de “cortina de fumaça” o pedido de demissão coletiva entregue ontem (2) pela diretoria do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (HUB) ao reitor José Geraldo Júnior. Os médicos são contra a Medida Provisória 520, em tramitação na Câmara dos Deputados, com objetivo de criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“Eu penso que isso é uma cortina de fumaça para encobrir o que de fato está acontecendo no Hospital de Brasília. Havia problemas graves de entendimento sobre a administração do hospital entre a reitoria e a direção demissionária. Eu não vou aceitar essa cortina de fumaça”, afirmou Haddad, ao participar da aula magna da Academia Brasileira de Ciências.
O ministro defendeu a criação da Ebserh, que vai gerir os hospitais públicos universitários ligados ao Ministério da Educação. “Será uma empresa 100% pública, 100% SUS [Sistema Único de Saúde], para auxiliar e profissionalizar a administração dos hospitais.”
Haddad reafirmou que uma das condições para a criação da estatal é que a empresa atenda integralmente os pacientes do SUS, diferentemente da experiência considerada modelo no país, a do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que também recebe clientes particulares e de planos de saúde. “O Hospital de Clínicas, quando foi criado, sequer existia SUS. A Constituição de 1988 estabeleceu o Sistema Único de Saúde e nós, do Ministério da Educação, estamos comprometidos com o aprimoramento do sistema. Tem que ser 100% SUS.”
Edição: Vinicius Doria