Brasília – O sistema que recebe os dados do Cadastro Único para programas sociais do governo federal foi reformulado e será totalmente digital. A partir de agora, os dados serão transmitidos pela internet e armazenados diretamente em um banco de dados eletrônico.
De acordo com a diretora do Departamento de Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Letícia Bartholo, o cadastro antigo tinha problemas com tecnologia da informação e com o próprio formulário de cadastramento.
Antes, o município coletava os dados e transmitia as informações para a Caixa Econômica Federal, que opera o sistema. A Caixa, por sua vez, enviava mensalmente uma cópia dessa base de dados ao MDS. “Isso significa que esse trabalho de coletar as informações no município e o envio à base de dados do MDS tinha uma defasagem de um a dois meses. Agora, com esse registro online, podemos receber, diariamente, esses cadastros”, disse a diretora.
Segundo Letícia, o sistema é seguro e está protegido contra invasões. “A Caixa tem regras de privacidade e segurança da informação muito sólidas. Cada operador da informação está registrado e sabemos quando e quem efetuou alguma alteração.”
Ela reconheceu que há algumas fraudes envolvendo o cadastro único, mas garantiu que o ministério consegue identificar e acabar com atos ilícitos. “Há alguns desvios, mas temos procedimentos para identificá-los antes mesmo dos órgãos de fiscalização. Anualmente, fazemos o cruzamento de toda a base com outros registros administrativos operados ou gerenciados pelo governo federal para identificar isso.”
O cadastro único para programas sociais será a principal ferramenta do Plano Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema, que será lançado no próximo mês pelo governo federal. De acordo com Letícia, embora a alteração na forma da coleta e processamento dos dados seja um desafio, vai fazer com que o cadastro único se fortaleça. “Queremos fazer uma articulação federativa e que o uso nos estados e municípios também seja ampliado para a população de baixa renda.”
Cerca de 15 mil pessoas foram capacitadas para fazer a aplicação dos questionários. A partir de agora, os entrevistadores emitirão um comprovante de prestação das informações às famílias cadastradas. Segundo Letícia, até o formulário anterior, a família só sabia que estava cadastrada se fosse beneficiária do Bolsa Família.
Atualmente, 20 milhões de famílias estão cadastradas no sistema do governo federal. “O objetivo é ter as informações de todas as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo. Isso significa que temos, hoje, um terço da população brasileira, que é a mais pobre e vulnerável”, afirmou a diretora.
Edição: Lana Cristina