Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A quadrilha desbaratada hoje (28) em operação conjunta da Receita Federal, Polícia Federal e do Ministério Público Federal recebeu ao longo dos últimos dois anos entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões em restituições fraudulentas. A estimativa foi feita pelo superintendente adjunto da 7ª Região Fiscal da Receita Federal (jurisdição do Rio de Janeiro e Espírito Santo), Marcus Vinicius Vidal Pontes, ao afirmar que cerca de 7,5 mil declarações foram encaminhadas pela quadrilha envolvendo 2,5 mil contribuintes.
A operação foi fruto de seis meses de investigações da Receita Federal, que identificou indícios de que um escritório de contabilidade, localizado na praça central de Duque de Caxias, agia como uma fábrica de restituições fraudulentas.
Ao explicar o esquema adotado pela quadrilha, Vidal Pontes afirmou que os fraudadores “introduziam elementos falsos nas declarações do Imposto de Renda dos clientes, como dependentes inexistentes, e despesas médicas e com educação de dependentes inexistentes”.
As informações divulgadas pela Receita Federal indicam que no escritório trabalhavam cinco pessoas que, segundo as investigações, agiam em conluio na elaboração das declarações e serão investigadas pelo crime de formação de quadrilha.
O superintendente adjunto afirmou que já foram identificados milhares de declarações com suspeita de fraudes e que todos os envolvidos serão chamados posteriormente para prestar esclarecimentos.
Os envolvidos serão obrigados a devolver à Receita Federal entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões em autos de infração relativos às fraudes dos últimos dois anos.
A Receita Federal lembrou que na Operação Conto do Vigário, deflagrada em 2008, um único contador enviou declarações de mais de 3 mil contribuintes e, embora as investigações ainda continuem em andamento, foram lançados cerca de R$ 45 milhões entre impostos devidos, multas e juros, sendo que um único contribuinte foi autuado em quase R$ 200 mil.
Edição: Rivadavia Severo